quinta-feira, 25 de outubro de 2007

não gosto do mundo das pessoas crescidas (II)

hoje mais uma prova que o mundo é dos mal dispostos, arrogantes e prepotentes.
os bem dispostos, sorridentes e conciliadores ficam de fora, à porta, a dizer graças para animar os outros, que se riem forçadamente e nos acham infantis. e com sorte ainda franzem a testa para dar a entender que não concordam com aquela postura. a dos outros. dos palhaços.
custa um bocadinho, dói sentir que nos passam por cima graças à sua postura séria [a atirar pró parvo, diga-se], mas como ninguém lhes vê os dentes, levam-nos como pessoas sérias e idóneas. não têm sangue, não afagam as costas de ninguém, não falam em mais nada se não em assuntos sérios, despedem-se com cumprimentos e apertos de mão. e saltam por cima de todos, com um único objectivo: eles próprios. estranhamente, perante a presença do chefe, ou melhor, do DIRECTOR, tornam-se as criaturas mais adoráveis, prestáveis e descobrimos que afinal...têm dentes e sabem sorrir!
custa que custa. dá vontade de pôr umas trombas também, falar de assuntos meramente profissionais e dizer ´eu estou aqui para trabalhar, quem quiser rir que vá para o circo. é dos sérios que se faz o sucesso´.

mas eu não consigo e mais cedo ou mais tarde acabo por me desmanchar e tornar-me próxima das pessoas. não por eles, mas por mim. que sou assim e não sei viver de outra maneira.

o que vale é que o que dói é só nestes momentos, em que vejo os outros [os sérios que nao têm musculos na cara] passar por cima. porque no fundo, tudo o resto, todos os outros 364 dias do ano, tenho a perfeita sensação que os meus dias são bem mais suaves, divertidos e aconchegados. porque sinto o sangue a correr-me nas veias. porque consigo ser eu em qualquer parte. porque nao me forço a figuras nem personagens. porque sou eu e acho que para além de mim, consigo fazer os que me circundam felizes. e também os dias deles são mais suaves.

pena que ainda assim estas coisas me doam. e dói ainda mais quando estas ditas pessoas crescidas são AINDA mais novas que eu, que sou uma menina no mundo dos adultos.

um dia destes vou ser pessoa crescida, prometo. com aquelas ambições todas, que também as tenho. com a mesma idóneidade dos sérios. mas com a mesma simplicidade e infantilidade que me é endógena. será que dá para ser assim? é que senão.. também NÃO QUERO.

1 comentário:

dinorah disse...

minha querida, costumava dizer uma frse acerca do Amor, que aqui encaixa direitinha, pois resume tudo aquilo que somos ou queremos na vida:


"Por menos, não vale a pena."

Ainda bem que és menina!! (E parece-me que bem crescida - no bom sentido, que tb existe!!)

beijos